Agigante-se
- Posted by Mércia Falcini
- Categories Gestão Educacional
- Date 21/06/2023
Quando leio nas redes sociais ou em grupos de WhatsApp comentários recheados de anticientificismo, desinformação e curas milagrosas, logo penso na falta que o bom senso e a reflexão teórica fazem na vida das pessoas. Não é possível negar que o ser humano é processo e que a história é ciência. Mais ainda: é incontestável que só estamos vivos, neste complexo século XXI, porque o conhecimento foi acumulado em todas as áreas.
Conhecimento, aliás, ignorado por alguns por falta de oportunidade; por outros, no entanto, por livre escolha. Ainda assim, por mais que uma boa parcela da sociedade rejeite, compreender o mundo em que vivemos depende do conhecimento histórico. Só quando tomamos consciência do poder histórico e cultural sobre nós, é que podemos tomar decisões diferentes, evitando os erros do passado. Como diz Jean Paul Sartre: “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”.
Na aquisição do conhecimento e interpretação dos fatos, é preciso considerar o contexto e o processo para reconhecer a importância dos estudiosos que vieram antes de nós. Se hoje desfrutamos das descobertas tecnológicas, por exemplo, que tanto facilitam a nossa vida, devemos reconhecer aqueles que abriram essas possibilidades, no passado recente e longínquo. Por isso, a teoria do conhecimento, denominada epistemologia, reconhece quatro gigantes pesquisadores que marcaram as Ciências, dos quais citarei aqui de forma livre e não hierárquica. São eles: Charles Darwin; Sigmund Freud; Albert Einstein e Karl Marx.
Charles Darwin mudou para sempre o pensamento científico ao afirmar que “não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, e sim as mais suscetíveis a mudanças”. Suas pesquisas revolucionaram o conceito da natureza biológica, e todos que vieram depois dele subiram em seus ombros para ampliar os estudos de biologia evolucionista.
O segundo gigante é Freud, que modificou a concepção da psique, dos estudos da alma e da mente e da compreensão do inconsciente no comportamento humano. E nesse campo, de maneira injusta, Freud é criticado, mas sem ele pouco teríamos avançado nas ciências das emoções.
Outro gigante da história do conhecimento é Albert Einstein. Ele intuiu que o mundo é muito mais complexo do que a física clássica havia mostrado, e abriu a porta para uma realidade talvez mais desconcertante, mas bela; e, uma vez compreendida, substancialmente mais simples do que acreditávamos.
E por último, um dos mais criticados e perseguidos pelos manifestantes do senso comum e por aqueles que recortam sua obra e a reduzem em opiniões frágeis, é Karl Marx. O sociólogo foi um dos mais importantes pensadores de todos os tempos do mundo ocidental; ele, que viveu em meados do século XIX, estudou especialmente as áreas das ciências políticas, da economia, da filosofia e da sociologia. Longe de ser apenas teórico, Marx foi também um ativista e acreditava que todos deveriam ser agentes transformadores da sociedade, para que fosse possível uma mudança concreta. Ele alterou as ciências humanas e sociais e, sem sua visão, não teríamos conquistado o conceito de cidadania.
Sendo assim, para quem deseja ou gosta de opinar e tecer comentários, sobretudo publicamente, sugiro os ensinamentos de Isaac Newton, quando diz: “Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”.
Bons Professores nos emprestam seus ombros.